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Alexandre Nagado

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O que você acha da dupla de vilões de Spectreman (Dr. Gori e Karas)?

Gostava muito deles. Eram complementares, sendo um o cérebro pensante e o outro, um fortão estúpido. No original, Gori era o astro do programa, que se chamava "Uchuu Enjin Gori", ou "Homem-Macaco Espacial Gori". O Karas, no original, chama-se "Ra". Juntando o nome dos dois, dava Gorira, a forma como os japoneses falam "gorilla". Só na fase final o título foi para o nome do herói, que era Spectroman, e não Spectreman.
O final deles foi trágico, mas mostrou a amizade que havia se formado entre eles. Quando Karas morreu, Gori se viu sozinho, aceitou a derrota e se matou. Bem triste, como eram os seriados tokusatsu da época.
E Gori realmente venceu um arco de histórias. Foi "A Ameaça do Antigo Egito", no qual usou monstros - um deles a própria Esfinge - para ludibriar Spectreman e o Grupo Anti-monstros para roubar um precioso combustível. Ele terminou o episódio duplo comemorando a vitória. Com a gargalhada e a gesticulação das mãos, sua marca registrada. Um grande vilão para uma grande série.

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É verdade que o ator que fez o Kamen Rider Kuuga sente vergonha de ter feito o papel? Existem outros atores que ostentam esse tipo de desprezo?

Vamos deixar algumas coisas bem claras: O ator Joe Odagiri nunca foi fã de tokusatsu e deixou bem claro que só fez o teste para o papel por insistência de seu agente. Ele também já deixou escapar que acha seriados de super-heróis uma grande tolice. Isso repercutiu muito mal para ele e ele se retratou, dizendo que fez muitos amigos na área.
É inegável que ele fez bem seu trabalho em Kuuga, mas nunca foi o que sonhou fazer. Acho que muitos fãs se sentiram traídos, mas ele não fez nada de errado, apenas foi sincero.
O ator é um profissional como qualquer outro, e não precisa ser apaixonado pelo tipo de papel que aceita fazer, apenas deve fazê-lo com dedicação profissional. É por isso que são contratados e pagos. Mas é comum que existam atores de tokusatsu que sejam fãs do gênero ou de alguma franquia específica. O ator e cantor Hiroshi Nagano já se disse fã do Ultraman Ace, que conheceu em reprises quando criança. Ele tem muito respeito e consideração pelos Ultras. No geral, ele não é ligado a tokusatsu, mas fez um grande trabalho com o Tiga. Diferente de outros, como Hiroshi Watari e Koji Moritsugu, que respiram tokusatsu.
Mas infelizmente, há atores que realmente cospem no prato em que comeram e renegam totalmente o início de carreira em tokusatsu.

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Vc fala "aníme" ou "animê" em conversar informais?

Eu sou acostumado a falar "animê", pois aprendi o significado cedo. Mas eu não fico mais corrigindo ninguém. Como a imensa maioria aprendeu a falar errado, o errado ficou sendo o certo ou o mais popular. Então, não me importo mais com isso. Mas ainda falo e escrevo mais animê. Eventualmente, até esqueço de pontuar na escrita.

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Você escreveu uma matéria de página inteira na Herói 10 sobre dinossauros. É um assunto que lhe interessa ou foi uma exigência do Forastieri?

Aquilo foi sugestão minha, pra explicar o equívoco (vindo do Japão) de chamar o Zyuranger de "Esquadrão Dinossauro", já que haviam mamíferos pré-históricos, um réptil alado e um animal mitológico. Foi um texto que eu adorei fazer e foi graças à liberdade editorial que nós tínhamos.

O seriado Chaves chegou a ser exibido no Japão? Já ouvi dizer que foi dublado em japonês e tal...

Não sei. Existe até página em japonês na Wikipedia falando sobre o Chaves, mas não achei referência sobre exibição lá. Pode ser boato, mas nunca me interessei muito pelo assunto.

Muitos atores de Tokusatsu possuem carreiras artísticas paralelas, seja como cantores, modelos, dubladores ou até diretores. Isso é normal no Japão?

Isso que mencionou não é algo que acontece com atores de tokusatsu. É com qualquer ator ou atriz no Japão. Fazem TV, novela, cinema, teatro, comerciais, anúncios, gravam músicas... Depende da popularidade e da capacidade do artista. Na verdade, isso acontece em qualquer país. Artistas têm que batalhar seu sustento e quanto maior a abrangência do trabalho, melhor. Mas um ator virar diretor é bastante raro lá.
Falando de séries, atores no Japão não têm salários milionários como os americanos, não ganham por venda do DVD, direito de imagem, nada disso. Também não ganham se a série faz sucesso em outros países. Um ator pode ser o astro de uma série em um ano e no ano seguinte ficar sem trabalho e sem dinheiro.
O que eu observo entre os fãs no Brasil é que se o fã ama uma série ou personagem, e fica sabendo que a série fez sucesso, imagina que o ator está com a vida feita. Ledo engano, eles têm que correr atrás, suar a camisa e batalhar mês a mês seu sustento.
Gravar uma participação especial em um episódio aqui e ali depois do ser o principal em uma série não deixa ninguém rico. Por isso muitos atores acabam montando um negócio. Mesmo o Tetsuo Kurata (Kamen Rider Black) tem uma churrascaria. E antes de ser dono, foi trabalhar lá numa época em que tinha pouco serviço.

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Você não acha que 50 episódios já é demais para uma série Kamen Rider ou Super Sentai? Animes costumam ter uma média de 12 episódios por temporada. Os Ultras mais recentes tiveram 22, 25... Talvez isso justifique o excesso de fillers, personagens descartáveis e encheção de linguiça...

Olha, se há bons roteiristas e diretores, 50 episódios é um bom tamanho. Esse negócio de filler é um conceito da garotada mais jovem, que assiste uma série como uma novela. Séries antigas não tinham isso, as histórias eram fechadas, no máximo com episódios duplos. Ultraseven, por exemplo, teve 49 episódios de alto nível. Séries de 26, 39 ou 52 episódios eram quase uma regra de mercado antigamente.
Hoje em dia, temporadas curtas de 12 episódios são economicamente mais seguras, do que assumir uma produção grande sem saber se terá retorno. Uma boa série pode se estender, se tiver quem garanta a qualidade. E sinceramente, há fillers que podem dar mais sabor a uma história, enriquecer o desenvolvimento, mostrar facetas pouco exploradas de personagens. E há gente que quer saber logo como termina uma situação e prefere ver coisas mais rápidas, pra ver outra série em seguida. Vivemos um tempo de muita ansiedade, em que tudo tem que ser muito rápido.

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Se não fosse a influência da cultura pop japonesa, que rumos sua vida teria levado?

Essa não tem muito o que pensar. Eu comecei muito cedo na área de desenho, trabalhei em agências de publicidade, podia ter entrado de cabeça nisso. O desenho, de modo geral, sempre correu em paralelo. Quando faço ilustrações para material didático ou institucional, uso um traço que não tem nada de mangá.
O que acontece é que eu entrei por acaso na área da escrita de resenhas e artigos e acabei ficando conhecido por isso. Publiquei em grandes veículos e hoje tenho um blog, mas é algo paralelo. Sempre me considerei um desenhista que também pesquisa e escreve.

Existe rivalidade Manga x Comics ?

Bom, as empresas de mangá e de comics disputam por nichos de mercado, isso é inegável. Mas a rivalidade existe mesmo é na cabeça de muitos fãs, o que é uma bobagem.

O Japão sempre revela bons mangakás. Dá pra comparar com 1 time de futebol que sempre revela craques ?

Nossa, quanta pergunta que dá pra responder só com "sim" ou "não"! Mas vamos lá: como o mercado editorial japonês é muito grande, é da quantidade que se extrai tanta qualidade. Claro que há muitos autores fracos, mas a quantidade de autores acima da média é realmente empolgante.

DC x Marvel é o Gre-nal, Fla-Flu, Atle-tiba das HQs ?

Sim. Com a diferença que elas se unem de tempos em tempos para projetos em conjunto. Dois deles saíram muito legais: Novos Titãs vs X-Men e Liga da Justiça x Vingadores.

São muitos filmes de tokusatsu anunciados para 2017: Space Squad, Girls in Trouble, Kamen Rider Heisei Generations, Ultraman Orb, Zyuohger vs Ninninger, Super Hero Taisen... em qual vc aposta mais suas expectativas?

Por gostar mais do Universo Ultra, é sempre no que eu vou apostar mais. E tem o fato de que, historicamente, a Tsuburaya é mais criteriosa em seus filmes para cinema. Mas esse Space Squad estou bem curioso pra assistir. Tomara que chegue aqui por vias oficiais.

Você chegou a conhecer algum cantor de animesong ou ator de tokusatsu quando esteve no Japão, em 2008?

Não, infelizmente. Os que eu conheci foram em eventos no Brasil mesmo. Entrevistei o Hironobu Kageyama, Akira Kushida e Hiroshi Watari no primeiro Anime Friends, em 2003. E tomei cerveja com o Kageyama, Hiroshi Kitadani, Masaaki Endo e Kanako Itoh no SANA 2009 (Fortaleza/CE). Foram experiências muito divertidas.

Existe Aska sem Chade?

Bom, o Aska teve uma carreira solo bem forte, com alguns sucessos de grande vendagem, como "Hajimari wa itsumo ame", que vendeu mais de um milhão de cópias.
Ah, e é Chage (leia "tchague") o nome correto do outro cantor da dupla. Que eu ainda espero que volte a se reunir um dia.

Nunca mais ouvi falar da AKB48. Foi um auge passageiro?

O AKB48 e seus correlatos foi criado para gerar dinheiro, muito dinheiro. Para isso, se valiam de expedientes polêmicos, exploração ostensiva da imagem das meninas (inclusive explorando sensualidade de adolescentes) e jogadas de marketing. Uma delas era que, ao comprar um CD, você ganhava um cupom para ficar alguns segundos na frente de uma das garotas em sessões de cumprimentos ao público. A pessoa podia comprar vários CDs e assim acumular tempo. E não quero aqui tirar o mérito das canções. São criadas por compositores competentes e as letras são geralmente assinadas pelo próprio empresário delas, o Yasushi Akimoto, que é um letrista premiado em seu país.
Quando tinha lançamento e os CDs se esgotavam logo, era comum que as lixeiras das ruas ficassem abarrotadas de CDs repetidos. Os fãs mais eufóricos compravam vários CDs para poderem ficar mais tempo na frente das musas. Isso até impulsionou as vendas a ponto do AKB48 registrar vendas na casa dos milhões, mas isso não se sustenta por muito tempo.
O público de idols também quer ver caras novas o tempo todo e as modinhas vêm e vão em cascata. As integrantes são substituídas facilmente e a engrenagem idol continua em movimento.

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Dizem que a pirataria foi o que ajudou os videogames e os arcades a se popularizarem no Brasil nos anos 1989/1990 (o que resultou numa geração de nerds pré Jaspion, Changeman, CDZ e Pokemon). Você concorda?

A pirataria no Brasil sempre foi muito forte. Com isso, é inegável que a divulgação acaba sendo maior. Mas, por não jogar games, nunca acompanhei a movimentação desse setor e não tenho muito a opinar sobre isso.

Existe alguma rivalidade J-Pop X K-Pop?

Há uma rivalidade comercial que é óbvia, mas na cabeça dos fãs, não acredito que isso exista. Agora, tendo surgido depois, o K-pop tomou a dianteira incontestável graças à internet e à mentalidade mais aberta dos coreanos. Os empresários japoneses, em sua maioria, ainda veem YouTube e sites de vídeo como inimigos e não divulgadores.
Recentemente, certas produções passaram a ter venda oficial proibida para fora do Japão. Assim, certos setores do empresariado japonês de entretenimento vão ficando restritos ao seu país, querendo se fechar cada vez mais. E isso não é bom.

Qual gênero de Tokusatsu teve mais produções trazidas oficlamemte para o Brasil? Metal Hero ou Ultraman?

Na TV, foi Metal Hero, pois quase todos vieram pra cá. Em termos de TV, foram 10 Metal Heroes (Gavan, Sharivan, Shaider, Jaspion, Spielvan, Metalder, Jiraiya, Jiban, Winspector e Solbrain) contra 4 Ultras (Ultraman, Seven, Jack e Tiga).
Agora, com o licenciamento oficial através distribuidoras de DVD/Blu-ray e sites de streaming, os Ultras estão assumindo a dianteira. Ultraman Leo, 80, Max, Mebius, X e Orb no Crunchyroll. Ultraseven X no Netflix. Vários longas lançados em DVD e alguns em canais por assinatura. Está faltando vir material de Kamen Riders modernos e também de Super Sentai.

Você chegou a conhecer pessoalmente o Toshihiko Egashira?

Sim, na época do licenciamento dos heróis de tokusatsu, falava muito com ele, já que ele era o proprietário da Everest Vídeo (depois Tikara Filmes). Tivemos várias conversas, projetos, ele arrumava referências quando possível e o relacionamento com ele sempre foi muito cordial. Tenho boas referências do contato profissional com ele.

Pq eventos como Anime Friends e Animecon, que já tiveram seus dias de glória, hoje são inexpressivos se comparados a uma ComicCon, por exemplo. Aliás, vc ainda frequenta esse tipo de evento?

Talvez faltem novidades que empolguem o público ou talvez esses eventos tenham ficado muito comuns. Eu teria que acompanhar mesmo essa movimentação para poder dar uma opinião embasada. Vendo de longe, não é a mesma coisa.
Normalmente, só vou em eventos quando tenho que fazer algo. Uma palestra, um painel, um debate... Foi assim no Anime Friends 1, no SANA 9, na primeira CCXP e em alguns outros mais.

Relações EUA-Japão. Antes de Pearl Harbor, ambos países chegaram a ser aliados ... ex: Guerra dos Boxers na China. Você acredita que os os 2 ficaram inimigos por questões de intere$$e$?

Uma vez eu li que todas as guerras são, quase sempre, motivadas por interesses econômicos. Componentes políticos, étnicos, ideológicos e religiosos são o combustível motivacional para quem efetivamente trava os combates. Mas para quem dá as ordens, os interesses reais estão bem claros.

Os filmes clássicos do King Kong tiveram alguma influência sobre os primeiros filmes de monstros produzidos pelo Eiji Tsuburaya?

O King Kong foi uma influência vaga, se podemos assim dizer. A influência direta foi o filme americano "The Beast from 20.000 Fathoms", que passou no Brasil como "O Monstro do Mar". O filme é de 1953 e impressionou o produtor da Toho, o lendário Tomoyuki Tanaka. Ele pediu à sua equipe que criasse algo semelhante, no sentido de uma história sobre um monstro gigante atacando uma cidade. Vários elementos originais foram acrescentados e Godzilla, em 1954, mudou a história do cinema japonês e estabeleceu o tokusatsu na indústria de entretenimento.
Tem o trailer do filme aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=P9HxCkBYum8nagado’s Video 143065704617 P9HxCkBYum8nagado’s Video 143065704617 P9HxCkBYum8

É verdade que você recebia muitas cartas na época da Herói (inclusive cantadas)?

Putz, é verdade mesmo! Chegavam centenas de cartas por semana na Herói. A maioria era mesmo para o Marcelo Del Greco e o Elvis Ricardo Jr., mas acho que eu devia ser o terceiro colocado. Meninas mandavam fotos e tinha uma que até ligava em casa, stalkeando. Porém, devo dizer que na época eu estava comprometido e não aproveitei nem um pouco esse momento único de tietagem. Já outros... :-P

Por que as editoras brasileiras nunca assumem que um título "vai mal" até que o mesmo seja "subitamente cancelado"? Já reparou nisso?

Sim, essa é uma prática bem antiga no mercado editorial. Tem a ver com estratégia de marketing, de vender uma imagem positiva. O problema é que muitas vezes a realidade desmente o discurso. Aí acontece o que você citou. A editora diz que a revista vende bem (números geralmente são omitidos), até que, um belo dia, é cancelada porque, afinal, não estava vendendo bem. Não creio que esse tipo de "tática" vá mudar muito algum dia.

Que fim levou o Rodrigo de Goes?

Que coincidência, eu e o Rodrigo trocamos e-mails nesta semana. Bom, eu não sei o que ele anda fazendo. Por uma opção pessoal dele, que eu respeito, o Rodrigo preferiu se afastar da área editorial e de quadrinhos, e isso inclui as pessoas do meio. Por isso, nossos contatos são bem esporádicos. Mas até hoje, considero ele um dos grandes amigos que fiz durante a carreira. E um dos melhores roteiristas que já vi em atividade.

Você tinha algum tipo de contato com editores e/ou redatores das revistas de videogame que bombaram no início dos anos 1990 (Super Game Power, Ação Games, Gemers, Videogame...)? Essas revistas vieram bem antes da Herói que, apesar de todos os méritos, é considerada uma "pioneira" no segmento.

Eu não jogo games, então não acompanhava essas revistas. Mas uma delas, a Ação Games, me entrevistou no começo de 1994 (acho), pra falar sobre Street Fighter, já que na época eu escrevia roteiros para a versão em quadrinhos. O pioneirismo da Herói foi no formato e na abordagem. As revistas de games até falavam sobre filmes e desenhos, mas o foco era outro.

Qual seu conselho para quem quer começar a aprender japonês?

Um curso sempre ajuda, mas procurar entender o que é dito em mangás, músicas, animês e seriados pode ser um grande incentivo e uma forma de colocar em prática o que se estuda.
Sobre isso, meu amigo Ricardo Cruz tem um curso que usa cultura pop, o NihonGO.
http://cursonihongo.com.br/
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Soube que o Mein Kampf foi adaptado em mangá. Você aprova a proibição da obra?

Apesar de sabermos o estrago causado por pessoas influenciadas por esse livro, não sei se a proibição resolveria alguma coisa. Talvez criasse até mais interesse. Por outro lado, eu apoiaria uma edição de Mein Kampf comentada.
O texto traduzido, com notas em todas as páginas trazendo reflexões e informações sobre o contexto histórico, poderia ser interessante. É importante conhecer os erros do passado para aprender com eles e não permitir que se repitam no futuro.

você tem idéia de como anda abordagem atual da cultura pop japonesa nas universidades e colégios ?

Não. A única coisa que sei é que há cada vez mais estudantes fazendo trabalhos e teses envolvendo cultura pop japonesa, especialmente mangá e animê.

O que você acha da atual geração de videogames ?? (incluindo kinect)

Não faço ideia... Eu não jogo videogame.

Se você fosse um jovem colegial no Japão e sonhasse em ser ator de tokusatsu, você teria coragem de agir igual a Hiroshi Watari ? (mentir pro seu pai, ir pra Tokyo sozinho etc)

Levando em conta o ambiente familiar em que cresci, dificilmente teria feito tamanha loucura sem consultar meus pais. No entanto, ele fez tudo aquilo e, felizmente, deu certo. Ele podia ter se dado mal, mas conseguiu chegar onde queria e o mundo do tokusatsu ganhou um de seus mais representativos atores nos anos 80. Ainda bem que ele foi em frente.
E falando no Hiroshi Watari, eu o conheci pessoalmente e registrei essa ocasião em meu blog. Sei que você que fez a pergunta deve ter lido, mas deixo o link para quem eventualmente não viu e possa se interessar em ler.
http://nagado.blogspot.com.br/2013/03/hiroshi-watari-heroi-do-tokusatsu.html

Curiosamente Beavis e Butthead, South Park e Family Guy não são pra crianças. Será que realmente não há hipocrisia nos EUA?

Certamente que há.

O que costuma deixar você preocupado?

Fora questões profissionais, me preocupa muito ver o mundo caótico, sem valores, maldoso e violento no qual minhas filhas irão interagir cada vez mais, conforme vão crescendo. Quero ajudar a prepará-las bem para a vida, e fazer isso com valores éticos, morais e de cidadania. É um desafio e uma responsabilidade e tanto.

Porque você insiste em não ter Facebook?

Acho a estrutura muito invasiva e quero preservar minha família ao máximo. Além disso, o fluxo de pessoas querendo minha amizade seria muito maior do que eu estou disposto a permitir. Sou pessoa pública há anos e tenho círculos de amizade absolutamente incompatíveis, mas sou também muito reservado. No tempo do Orkut, criei rancores por não conseguir corresponder à expectativa que muitos leitores tinham de querer muita proximidade ou atenção. Enquanto puder ficar fora disso, ficarei, pois meu tempo já tem distrações demais.

Soube que dragon ball e outros animes sofreram cortes e censura nos EUA sob alegação de violência e imoralidade. Você não acha hipocrisia ? Hollywood exporta n violência e nudez

Acredito que a raiz do problema seja a percepção de grande parte do público e empresariado americano em relação a desenhos animados. Pra eles, todos os desenhos são (ou devem ser) infantis ou, como na Disney e Pixar, programas para toda a família. Isso restringe muito o que pode ou não ser mostrado e as animações no Japão são criadas para todo tipo de público, com muitas ramificações de nichos. Culturas bem diferentes.

Vi um jornal dizendo que ler 1 mangá é como dirigir "à inglesa". Que você achou desta analogia ?

Acho que a pessoa quis se referir ao estranhamento que se sente ao dirigir na Inglaterra, pois lá o volante fica no lado direito, contrário ao nosso modo. Acho uma boa analogia, pois esse estranhamento é quebrado com o hábito, tanto no caso do volante como no caso da leitura.

O que você diz pras pessoas que afirmam convictamente que personagens de mangá e anime têm olhos "grandes" por motivos de "complexo" dos japoneses?

Se a pessoa diz com convicção e certeza, mostra que é um idiota e não devemos discutir com idiotas. Agora, se a pessoa me pergunta o motivo dos olhos grandes, explico que no Japão o gosto é mais por figuras expressivas e olhos grandes são expressivos e comunicativos. E o traço dos filmes Disney influenciou muito Tezuka e sua geração.
Essa ideia de que olho grande em mangá é expressão de complexo de inferioridade tem uma carga de preconceito racial enorme embutida. Não é por aí.

é verdade que o manga e anime causou choque cultural em n paises?

Sim, basta ver que muitos foram banidos, proibidos ou severamente censurados. Isso é devido a esse choque cultural, pois os roteiros japoneses são muito mais liberais e pesados em vários aspectos.

você sabe cantar tema de anime ? você encararia cantar num videokê ?

Opa, com certeza! Entre 2002 e 2003, eu fui junto com o Ricardo Cruz (que hoje é um baita profissional) cantar em alguns eventos.
Fui no AnimeCon (São Paulo, 2002), no EuAnimeRPG (de Americana, em 2003) e no Anime Center (Rio de Janeiro, 2003), especificamente pra cantar. Infelizmente, nunca soube de nenhuma gravação desses eventos. Tinha mais empolgação do que técnica, mas estudei música a sério e fui aluno da Daniella Alcarpe, cantora de MPB. Então, ao menos consigo me divertir com isso, é um hobby (que não tenho tido tempo pra curtir). E adoro um videokê ou karaokê. Até participei de alguns concursos da colônia japonesa quando era mais jovem. Bons tempos.

Qual personagem coadjuvante dos anos 1980 você gostaria que ganhasse um spin-off aos moldes do que anda sendo feito hoje em V-cinema (ou webseries, no caso dos Ultras)?

Bruno Seidel
Cara, eu vejo o mercado atual, com séries spin-off e coadjuvantes ganhando aventuras solo e fico realmente imaginando como teria sido nos anos 80 se as produtoras tivessem explorado isso antes.
Veja, o Boomerman era um personagem fantástico, merecia uma série spin-off. O John Tiger, idem. Em Maskman, o Mask X-1 foi um herói terrivelmente mal aproveitado. Já em Jiraiya, a dupla Reiha Yagyu e Yamin Spyker poderia ter tido histórias solo. Apesar que nesse caso seria difícil, pois o ator que fez o Spyker saiu da série para participar de torneios de artes marciais, que era o grande sonho dele.
E teria sido muito legal ter visto crossovers entre as produções da época, como Jaspion e Changeman, ou Jiraiya e Liveman. Só tivemos um gostinho disso ao ver o Manabu em um episódio de Jiban. Uma pena

Quais lojas online você recomenda?

Hum, apesar de estar na web desde 1995, não costumo comprar muito em lojas on-line. Já recebi material e fiz parceria com a loja Mangá Mania, mas faz um tempo já. O que posso dizer é que a Amazon é excelente, tanto no prazo quanto atendimento. Quando morava em São Paulo, comprava na Devir e Comix, mas nunca usei o serviço digital deles. É isso.

Olá, Nagado! Meu chefe quer organizar uma festa temática sobre o "Japão" (com comida japonesa e tal). Sugeriu que só tocasse música japonesa no fundo, mas não sei exatamente o que tocar num ambiente "eclético" no qual as pessoas não estão familiarizadas com J-music. Tens alguma sugestão?

Bruno Seidel
Fala, Bruno! Talvez ele queira algo exótico mesmo. Se for o caso, músicas mais tradicionais ou antigas podem ser interessantes, vejamos:
- Shima Utá (The Boom - Não é tão antiga, mas evoca sons tradicionais), Ue o muite arukou (Kyo Sakamoto - Essa é obrigatória, e se achar a versão da Daniela Mercury, melhor ainda), Kanpai (Tsuyoshi Nagabuchi), Toki no nagare ni mi o makase (Teresa Teng), Kita Sakabá (Hosokawa Takashi)...
Também pode ser legal incluir coisas mais modernas (1990 pra frente), com arranjos mais ocidentalizados. O povo pode se surpreender.
- Tomorrow never knows/ Kurumi (Mr. Children), Love never dies/ Marianne/ Hoshizora no distance (The Alfee), On your mark/ Meguri ai/ Love Song (Chage and Aska), Julia ni heartbreak/ Room/ Sea of Love (The Checkers), Nada sousou (Rimi Natsukawa), Vampire woman (B´z), Twinkle Days/ Wishes (chay), Hero/ Ki-Zu-Na (JAM Project), Don´t wanna cry/ Try Me (Namie Amuro), Hello ~ Paradise Kiss/ Winter Hot Music/ Fight (Yui), Good Luck (Ryoko Shinohara), Evergreen/ Man and woman/ Shiroi Kaito (My Little Lover)...
Acho interessante pegar alguns temas de animê e tokusatsu que passaram no Brasil, mas não coisas muito obscuras. Temas de DBZ, One Piece, Sailor Moon, CDZ, Jaspion, Naruto e Ultraman Tiga, podem ser interessantes. Eu arriscaria colocar também o tema dos Jovens Titãs, versão em japonês, da Puffy AmiYumi.
Ou melhor ainda, misture tudo isso que eu sugeri. Vai ficar bem eclético e divertido.

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Eiji Tsuburaya ou Shotaro Ishinomori?

Não há uma resposta possível, pois foram dois gênios de áreas distintas. Admiro demais o trabalho de ambos.
Na área de tokusatsu (que é bem menor que a de mangá e animê), pode-se dizer que Tsuburaya foi a pedra fundamental. Ishinomori foi um dos maiores autores de mangá de todos os tempos, mas em termos de relevância histórica, é sabido que Osamu Tezuka possui um peso maior. Mas não gosto de ficar comparando. Os dois foram gênios em suas áreas de atuação e merecem todas as honras e reconhecimentos.

existe algum monopólio ou oligopólio no mercado dos mangás no Japão por parte de empresas? algo similar a DC e Marvel nos USA?

Não, o mercado japonês é bem diferente. Lá, existem três grandes editoras: Shueisha, Kodansha e Shogakukan e cada uma delas é uma força motriz imensa, mas não como Marvel e DC nos EUA. No entanto, gostaria de ampliar um pouco para a área de licenciamento e outras mídias.
A Bandai financia produções, produz e distribui licenciamentos de personagens de diferentes editoras, produtoras e estúdios. É a grande potência do entretenimento japonês ligado à mangá e personagens derivados. Mas eu precisaria ter mais conhecimento sobre a situação de outras empresas e suas abrangências para poder dizer com certeza se há algum tipo de monopólio ou oligopólio.

Qual é o maior desafio que você está enfrentando agora?

Administrar bem o tempo. Esse é um desafio eterno: conciliar família, trabalho, projetos pessoais e ainda sobrar um tempo pra não fazer nada, para poder descansar.

Os mangás da Shonen Jump são feitos já planejados pra virar anime?

Alguns, sim, outros não. Geralmente esse tipo de coisa acontece com autores já conhecidos. Mas sem dúvida, todo autor iniciante (ainda mais na Shonen Jump) sonha em ter sua série vertida para animação ou mesmo live-action.
O que acontece é que alguns com grande potencial para gerar lucro podem desenvolver projetos que correm paralelamente, com mangá saindo quase ao mesmo tempo em que o animê.

O Regresso de Ultraman era pra ter sido o Ultraman original? Sei que o nome "Jack" só veio anos depois.

Sim, inicialmente a série "O Regresso de Ultraman" seria estrelada pelo Ultraman original, com um novo hospedeiro. Após a morte de Eiji Tsuburaya em 1970, o estúdio foi assumido pelo filho Hajime, que coordenou a criação de um novo Ultra. Como o nome "Kaettekita Ultraman" já fora licenciado, mantiveram o título. E sim, o nome Jack veio em 1984, época do longa de compilação das séries, intitulado "Ultraman Zoffy".
No blog Casa do Boneco Mecânico, há um texto bastante completo que explica a questão do nome do personagem e da série.
https://www.youtube.com/channel/UCzLtKasUj5agj2Gjvw83ZoQ

Querer Tokusatsu de volta à TV é uma briga perdida?

O tokusatsu não está totalmente fora da TV. A Rede Brasil ( http://www.rbtv.com.br ) está exibindo Ultraman e Ultraseven em suas madrugadas. Não sei se tem mais alguma coisa passando, pois não tenho acompanhado nada na TV ultimamente.
Agora, querer séries novas eu acho complicado, pois há muito preconceito ainda com esse tipo de programa e os fãs hardcore já assistem tudo na internet (oficial ou de fansubber) ou via DVD pirata.
Atualmente, a internet é mesmo o melhor meio para ver tokusatsu. Temos o canal Tokusatsu TV ( https://www.youtube.com/channel/UCzLtKasUj5agj2Gjvw83ZoQ ) e os títulos disponíveis no Crunchyroll e Netflix. E são todos canais oficiais, então pode ver e divulgar sem prejudicar o mercado. Temos mais é que apoiar essas iniciativas oficiais.

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