@nagado

Alexandre Nagado

Ask @nagado

Sort by:

LatestTop

Previous

Se você fosse trabalhar na Tsuburaya, Toho ou Toei, em qual departamento gostaria de atuar?

Departamento de criação, sem dúvida alguma.

E qual ator você gostaria de ver interpretando o Domon em Blue Fighter?

Na época em que fiz essa HQ, eu imaginava o Hiroshi Watari. Hoje em dia, acho que escolheria o Shota Minami, de Ultra Galaxy.

Se você pudesse escolher um cantor ou uma banda japonesa para gravar o tema de abertura de um anime ou seriado live action do Blue Fighter, quem escolheria?

Eu ficaria em dúvida entre The Alfee e JAM Project. Um faria a primeira abertura e o segundo encerramento, enquanto o outro faria a segunda abertura e o primeiro encerramento.

People you may like

TawanKitsune’s Profile Photo Tawan Sendas
also likes
KarynnaAvelino’s Profile Photo Karina Avelino
also likes
Kaahdeoliveiraa’s Profile Photo Karol
also likes
amanemisaofc’s Profile Photo Misa Amane
also likes
Slipknotkill’s Profile Photo Kaah ~ ✨
also likes
MegMendes’s Profile Photo Meg Mendes
also likes
JoaoCabal’s Profile Photo Joao Cabal
also likes
marysribeiro’s Profile Photo Mayra Souza
also likes
theamazingluix’s Profile Photo Luix
also likes
patriciao123’s Profile Photo Nilda Silva
also likes
lyongjack’s Profile Photo Magno
also likes
GabiPinna95’s Profile Photo Gabs
also likes
matheuscd_duncan’s Profile Photo Matheus Duncan
also likes
Robeerthha’s Profile Photo Roberta
also likes
MarcossMc’s Profile Photo Marquinhos
also likes
KarellyOliveira’s Profile Photo ~Karelly'
also likes
Anathay’s Profile Photo Thatá Silva
also likes
lucasolivercartman’s Profile Photo Lucas Zephyro
also likes
Want to make more friends? Try this: Tell us what you like and find people with the same interests. Try this:
+ add more interests + add your interests

Voce encararia a jornada de trabalho de um mangaka? (Arbeit Macht Frei)

Antes de responder, vale ressaltar que a maioria das pessoas, quando fala em trabalho de mangaká no Japão, acha que todo quadrinhista lá faz revista semanal. Não, são relativamente poucos os que fazem isso. A maior parte está em revistas mensais ou quinzenais.
Desenhando para eventos e agências, já peguei empreitadas de muitas horas por dia, virando noites em claro trabalhando em ritmo incessante. Já desenhei tanto numa época que até fui parar no médico, com dores de tendinite nos braços.
Um ritmo de 30 a 40 páginas por mês eu pegaria sem problemas. Já uma produção de 20 páginas por semana acharia difícil, mas só saberia se acontecesse. Mas não sou workaholic, você tem que estar disposto a deixar família de lado e não sou assim. Eu odiaria olhar para trás e perceber que, pelo trabalho, não vi minhas filhas crescerem e não estava lá quando precisavam.

View more

Você pensa em lançar mais algum livro (impresso ou digital)?

Penso, sim, mas o mercado não anda bom para as editoras. Um dia ainda quero fazer uma ou duas compilações de matérias do meu blog.

Pq o pop chines e taiwanes nao sao famosos?

Não sei, nunca estudei sobre o pop de outros países, apenas dos que me interessam. Japão, Brasil, EUA e Inglaterra. Deve ter relação com o poder econômico, mas nunca parei pra analisar o pop desses países.
E aproveitando, também não sei porque não fazem sucesso mundial o pop da Tailândia, nem de Singapura, nem do Vietnã, nem de qualquer outro país da Ásia ou do resto do mundo...

Vc gosta de bandas de heavy metal inglesas, como Iron Maiden, Deep Purple e Black Sabbath?

Não, pra mim esse som não faz a minha cabeça. Mas a maioria das bandas estrangeiras que gosto são inglesas: The Beatles e Tears For Fears, principalmente. Mas também gosto muito de certas canções do Coldplay, Manic Street Preachers, Rolling Stones...

Qual o (a) cantor(a) japonês(a) mais famoso (a) no ocidente?

Não saberia dizer. Os cantores e bandas do Japão são conhecidos mais entre nichos de aficionados pela cultura de lá. A popularidade deles fora do nicho é muito restrita, diferente dos nomes do K-pop, muito mais difundidos perante um público maior.

O sucesso da dupla Puffy & Yumi no Brasil deve-se aos Teen Titans, certo? Aquele desenho delas (eixibido no Cartoon Network) veio na carona desse sucesso?

Não diria que veio na carona. Isso foi parte de uma estratégia pra tentar fazer elas deslancharem no ocidente. Teve seus méritos e fez algum sucesso, mas não durou muito tempo a empreitada.

Poderia me indicar um livro sobre J-Pop? Existe material em português sobre o assunto que possa ser usado como referencial bibliográfico?

Tem o livro JAPOP - O Poder da Cultura Pop Japonesa, da Cristiane Sato. Não li ainda essa obra, mas deve ser bem pesquisada. No meu Almanaque da Cultura Pop Japonesa tem algumas poucas páginas sobre música japonesa, só pra constar.

Sabe me dizer se o termo "anisong" (ou animesong) é "oficialmente" usado no Japão?

Certamente! As gravadoras, os fãs, os artistas usam. A grafia adotada atualmente é "anison". E as subdivisões já foram nomeadas também. "Tokuson" se refere a temas de tokusatsu e "gason" (de "game song") começou a ser usado para canções criadas para games.

Tirando os eventos de.cultura pop, há espaço para cantores de música japonesa no Brasil? Existia algo parecido antes do Anime Friends?

Nos anos 1980, o programa Imagens do Japão, na TV Record, gozava de grande prestígio e passava no domingo, na hora do almoço. Eles promoveram alguns shows com astros japoneses no Brasil. Me lembro deles anunciando a vinda de Masahiko Kondo, o Matchy, que era muito popular no Japão, um astro da música pop. De cantores de enka, vieram Hiroshi Itsuki, Sachiko Kobayashi e alguns outros, se não me falha a memória.

Você acredita em vida extraterrestre?

Acredito, sim. E acho que esta nossa geração ainda vai assistir a um noticiário confirmando a descoberta de algum planeta com formas de vida, ainda que primitivas. Acho que é questão de tempo.

Nagado, é verdade que o Kageyama chegou a dizer que gostou do Blue Fighter quando esteve no Brasil pela primeira vez, em 2003? Abraços! Bruno

Oi, Bruno. Sério que existe essa história? Na verdade, eu não costumo mostrar ou mencionar o Blue Fighter. Foi um trabalho que passou e que me deu haters pelo resto da vida.
Liked by: Bruno Seidel

Vc costuma frequentar o bairro da Liberdade?

Bom, eu não moro mais em São Paulo desde o final de 2009. Mas quando eu morava, ia muito. Frequentava livrarias e lojas. Ia muito na Haikai, onde comprava CDs originais japoneses, ia na Livraria Sol comprar revistas, ia cantar no karaokê Porque Sim e percorria as galerias, sozinho ou acompanhado. Passei muito tempo frequentando o bairro, principalmente quando era jovem. É um lugar do qual tenho saudades. Uns dois anos atrás, estive em São Paulo e fui num restaurante da Liberdade. Muito bom andar por lá.

Qual costuma ser a reação de um japonês ao descobrir que existem muitos brasileiros adultos que acompanham (às vezes até em nível de fanatismo) séries supostamente infantis como Super Sentais? O que você citaria como um exemplo inverso (algum adulto japonês admirando algo brasileiro).

Não saberia dizer, nunca conversei com nenhum a esse respeito. Mas lá fãs adultos de Super Sentai já são classificados como otaku - lembrando que lá o termo é pejorativo.
Sobre a comparação, não sei de nenhum programa infantil brasileiro que tenha passado lá no Japão. Mas se formos falar de japoneses que admiram brasileiros, dá pra citar o Ayrton Senna, que é ídolo no país. Vários jogadores brasileiros também fizeram história lá e viraram astros, como o Zico. E na música, os japoneses adoram a bossa-nova, chegando a existir até mesmo artistas locais especializados nesse estilo musical.

Dizem que "tatuagens" são um grande alvo de preconceito no Japão (mais até do que em outros países) e que o fator "Yakuza" é o a principal justificativa para esse preconceito.

Não é tanto uma ideia pré-concebida, é mais para um conhecimento local. É que lá, a tatuagem é mesmo associada a membros de grupos yakuzá. Os adeptos da tatuagem artística devem ter em mente que, em alguns lugares, poderão causar temor às pessoas se mostrarem que são tatuados. Mas cada vez mais gente no Japão sabe que estrangeiros têm outra visão dessa arte.

É verdade que, no Japão, karaokês são mais populares do que "baladas"? Inclusive, ouvi dizer que casa de balada, onde o pessoal vai pra dançar, é visto com uma certa reprovação pela sociedade lá, normalmente associado a ponto de droga.

Karaokês são mais difundidos e um programa mais tradicional pra jovens, colegas de trabalho, etc... Mas há uma intensa vida noturna nas grandes cidades, especialmente Tokyo. Há um circuito de shows com bandas alternativas e casas badaladas.
Certamente há um lado extremamente conservador da sociedade japonesa, que vai considerar sujo e subversivo qualquer coisa que saia do rumo tradicional, mas não é assim como lhe passaram.

Osamu Tezuka, certa vez, elogiou seu amigo Maurício de Sousa por este ter chegado onde chegou sem nunca ter apelado pra violência (ao contrário de alguns mangás e animes). Mas e as surras que a Mônica dá no Cebolinha??

As surras da Mônica são em um contexto cômico, sem consequências. É muito diferente do que Tezuka se acostumou a ver em termos de violência gráfica em animês infanto-juvenis.

Você já pensou em criar um canal no Youtube pra falar sobre os assuntos que vc manja?

Sinceramente, já. Meu atual problema, além da falta de tempo, é dispor de estrutura (espaço e equipamento) para gravar. Por isso, me concentro no blog. E eu também sou daqueles que prefere o texto como meio de transmissão de conhecimento.

Você costuma ouvir música enquanto desenha?

Geralmente, mas não quando estou escrevendo. E nunca tem muita relação com o tipo de trabalho ou projeto que estou desenhando. Posso desenhar coisas suaves ouvindo rock ou coisas mais nervosas ouvindo música suave. Tenho gosto eclético e um acervo de CDs bem razoável. Sem contar o que ouço na internet. Tem muitos shows legais no YouTube, por exemplo.

Quais estados brasileiros você conhece?

Fora SP, todos os estados brasileiros que conheci foi a trabalho, por ocasião de palestras de cultura pop japonesa em eventos. Assim foi no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE) e Recife (PE).

O famoso jan-ken-pon (pedra, papel e tesoura) é uma brincadeira genuinamente japonesa?

Sei que é um jogo bem antigo no Japão, mas parece que teve influência de outro jogo parecido, trazido da China.

Além do Saburo Hatte (ou seria Saburo Yatsude?), existe mais algum pseudônimo para mentes criativas que nunca existiram no mundo da cultura pop japonesa?

Existe, sim. E tem dois nomes que são bastante representativos dessa prática.
Na Sunrise, tem o Hajime Yatate, para Gundam e quase todos os robôs gigantes do estúdio. Mas no caso, o trabalho de criação e planejamento é do Yoshiyuki Tomino. A Sunrise reconhece isso, mas o Tomino não detém os direitos por suas criações, pois são feitas sob contrato de estúdio.
E na Toei Animation, tem o/a Izumi Tôdô, que é usado em séries criadas diretamente pelas equipes de produção. Entre as "criações" de Izumi Tôdô, dá pra citar Nadia e as séries Pretty Cure (Precure), conhecidas no ocidente como Glitter Force.

Você tem acompanhado Dragon Ball Super?

Não. Meu interesse por Dragon Ball parou na série original, com o Goku criança. Nem DBZ fez minha cabeça, não é o tipo de história que gosto.

Ae, Nagado! O que você achou do Goku ter sido escolhido o "Embaixador dos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020"? https://omelete.uol.com.br/series-tv/noticia/goku-e-nomeado-embaixador-dos-jogos-olimpicos-de-2020-no-japao/

Bruno Seidel
Achei uma tremenda jogada de marketing, uma tacada de mestre. Mas sinceramente, eu preferia um personagem que não estivesse vinculado à violência para ser esse Embaixador. Mas é inegável que em Dragon Ball há os elementos de esforço e dedicação ao treino, e no fim é isso o que importa ao se lembrar do personagem.

A Dani é a sua principal personagem?

Essa personagem eu criei para contar histórias "slice-of-life", de cotidiano mesmo. Foram apenas duas histórias assim, mas nunca chamaram muita atenção. Ainda estou devendo fazer algo de criação própria que conquiste o respeito na área.
Bom, pra quem está lendo esta resposta e nunca viu a Dani, confira o link abaixo. É um trabalho pelo qual tenho muito carinho, independente de sua repercussão.
http://nagado.blogspot.com.br/2011/06/hq-on-line-dani-pequenos-gestos.html

me lembro que S.fighter 2 tinha a bandeira da URSS (apesar dela ter acabado) e da Espanha franquista. Pq este anacronismo ?

Nunca li declaração alguma sobre o assunto. Também nunca chamou minha atenção, parecia apenas um "charme" colocar esse tipo de referência. Como são criações coletivas e que passam por muitas aprovações de pessoas diferentes, muita coisa se perde quando chega ao produto final.

Especialistas em HQ consideram a Grã-Bretanha como uma força menor nessa arte, apesar de ser berço de Alan Moore, Neil Gaiman etc. Pq essa classificação ?

Não sei. Quem tem que explicar essa conclusão é quem escreveu a afirmação. Se a critério foi a força da indústria local, nem há o que debater.

o anime e manga shonen e shojo tem fãs adultos. Você crê que Estes fãs ainda tem 1 alma jovem ?

Sim, claro. Acho que boas histórias são universais.

Você acha que a divulgação de séries japonesas clássicas que passaram no Brasil antes de Jaspion e Cavaleiros do Zodíaco (como Ultraman, Vingadores do Espaço, Fantomas, etc) funcionaria para a atual geração que frequenta os eventos locais sobre cultura pop japonesa?

Cesinha01’s Profile PhotoCésar Filho
Creio que não funciona muito. A estética e a forma narrativa são datadas, o público hoje prefere coisas mais ágeis, a dinâmica é outra, os gostos são outros. Mas eu gosto de sempre deixar aberta uma porta para mostrar os clássicos.

Qual a diferença entre senpuuku e harakiri?

O "seppuku" era o suicídio ritual praticado geralmente por samurais e até alguns nobres entre o século XII e o XIX. Era algo violento (corte do próprio ventre e depois decapitação por um samurai treinado) e ao mesmo tempo cheio de cerimônia, com testemunhas. Já o "harakiri" é o nome vulgar, que acabou ficando mais conhecido no ocidente, apesar de não ser normalmente usado no Japão.

Quais foram as entrevistas que você mais curtiu fazer?

Eu não sou jornalista, então não fui treinado para entrevistar. Ainda assim, fiz algumas entrevistas interessantes na minha vida. Para o Omelete, entrevistei o quadrinhista Spacca. No meu blog, entrevistei os cartunistas Cláudio de Oliveira e Tiburcio. Todas extremamente interessantes e de alto nível cultural.
Na cultura pop japonesa, pautei entrevistas feitas no Japão pela JBC com Leiji Matsumoto (autor de Yamato), Junichi Haruta (o MacGaren), Seiji Yokoyama (compositor das trilhas de CDZ e Metalder), Yuriko Hishimi (Anne de Ultraseven), Jiro Dan (Hideki Goh de O Regresso de Ultraman) e Ikue Ootani (dubladora do Pikachu). A Ikue Ootani, inclusive, foi sugestão minha, quando descobri que a voz dela era mantida na dublagem de outros países.
Em matéria de entrevista ao vivo, tive a honra de fazer perguntas a Hiroshi Watari no primeiro Anime Friends, em 2003, além de ter ajudado nas pautas para Akira Kushida e Hironobu Kageyama. Acho que é isso, todas foram interessantes ao seu modo.

View more

se você se tornasse líder da DC ou Marvel, você teria coragem de aposentar os heróis clássicos e criar novos heróis, sagas etc. além de abolir o reboot ?

Eu não vejo motivo para aposentar os heróis clássicos, mas vetaria reboots e incentivaria novidades. Proibiria eventos que mudam tudo anualmente e reduziria os crossovers.
Os gibis deveriam voltar a ser mais simples e os grandes eventos deveriam ser realmente raros e importantes. E iria valorizar histórias fechadas e arcos de duas ou três partes somente.
Os comics deveriam voltar a ser menos herméticos e mais abertos aos leitores comuns e eventuais. É o que eu gostaria.

Quais dubladores brasileiros você mais admira?

Não sou grande conhecedor de dublagem, mas certamente gosto do trabalho do Nelson Machado, Gilberto Baroli, Ricardo Juarez, Tania Gaidarji, Orlando Vigiani, Garcia Jr. e outros.

Os dubladores japoneses (seiyū) são verdadeiras celebridades por lá, certo? Quais são as principais diferenças entre esse trabalho no Japão e, por exemplo, no Brasil?

As diferenças são várias e têm relação direta com visões de mercado. No Japão é comum dubladores cantarem músicas para os desenhos em que fazem personagens. Essa ligação com o mercado musical também dá destaque a dubladores de boa aparência, pois os fãs colecionam fotos dos artistas, vão aos shows, cultuam o artista quase tanto quanto os personagens que interpretam.
Aqui no Brasil a dublagem sempre foi associada ao anonimato. Mudou bastante depois da febre dos Cavaleiros do Zodíaco, pois as entrevistas feitas pelo Marcelo Del Grécia na revista Herói alçaram vários dubladores à condição merecida de astros. Hoje, são presença comum entre as atrações de eventos voltados ao público otaku ou nerd em geral.

Dúvida sobre a Shonen Jump. É verdade que as publicações de mangás nelas são uma antologia de capítulos de cada mangá?

Sim, quase todas as revistas de mangá no Japão seguem esse formato. Publicam várias séries em capítulos que depois vão sendo compiladas em volumes de cada título separado. É uma fórmula de sucesso, que no entanto não pegou no ocidente.
Nos EUA, existiu uma versão licenciada da Shonen Jump, que durou 10 anos (entre 2002 e 2012, acho) como revista impressa e depois virou publicação digital.

A Toei chegou a dar um feedback sobre o aproveitamento de seus personagens nas adaptações brasileiras via HQ? Havia algum interesse, cuidado ou restrição da parte deles ou era só um "usem-os como quiserem desde que me paguem"?

Era exatamente a última opção. Tínhamos liberdade criativa, mas também tínhamos que usar o bom senso. A Abril poderia vetar material que não considerasse adequado à seus padrões de qualidade e adequação ao público, mas os licenciantes (Everest Video e Alien International) nunca deram palpite ou exerceram qualquer controle sobre o nosso trabalho. Nesse aspecto, pudemos experimentar bastante. Especialmente eu, que estava começando a entrar no meio profissional dos quadrinhos.

Pergunta sobre anglofonia. Na sua opinião quem cria melhores comics: britânicos ou estadunidenses ??

Essa pergunta considero mais ligada a gosto pessoal do que a uma análise técnica, que seria abrangente demais e inconclusiva. São tamanhos de mercado diferentes, com interesses diferentes. E muitos ingleses fizeram fama ao entrar no mercado americano e levando vários influências a ele.
Mas falando de gosto pessoal, acho que há muito mais quadrinhistas americanos que ingleses entre os meus favoritos. Isso porque eu cresci lendo super-heróis Marvel e DC. Certamente adoro Alan Moore, Brian Bolland, Dave Gibbons e alguns outros, mas a minha lista de favoritos do lado americano tem nomes como Neal Adams, Gil Kane, Jim Steranko, Doug Moench, Paul Gulacy, George Pérez, Jim Starlin, John Buscema, Frank Miller, Alex Ross e vários outros mais.

Que voce acha da música brasileira atual ?

Não acompanho quase nada atualmente. Basicamente gosto das mesmas coisas desde moleque em termos de música brasileira. RPM, Titãs, Capital Inicial, Ritchie, Ira!, Biquini Cavadão, Kid Abelha... De material um pouco menos antigo, tem o Pato Fu, que gosto muito, inclusive a carreira solo da Fernanda Takai.
Fora isso, cheguei a ver um show do Yamandu Costa e um do Caetano Veloso, sendo que para ambos eu ganhei os convites. E gostei muito dos shows. Gosto de música bem tocada e bem cantada. Tenho muitos CDs nacionais originais, mas a maioria de pop-rock.

Curte graphic novel ?

Com certeza gosto de boas histórias, seja em que formato for. Houve um tempo em que a Abril e a Globo lançaram muitas graphic novels em bancas, popularizando o formato. Tenho várias em casa, mas faz tempo que não vejo novidades.

Voce gosta de manga kissa ?

O conceito é muito legal, mas não tive chance de conhecer uma quando estive no Japão.

O que voce acha da cultura pop brasileira ?

Acho interessante definir bem o que é cultura pop brasileira. Já vi muitos dizendo que pra ter cultura pop brasileira, teríamos que fazer seriados de ação, desenhos de aventura, ficção científica e etc. Mas, tirando as animações brasileiras mais populares e os quadrinhos da Turma da Mônica, é importante reconhecer que cultura POPULAR brasileira tem como destaque as novelas, o BBB, o funk, o axé... E infelizmente muita gente tem preconceito (gosto é outra coisa) e fica sonhando com uma cultura pop brasileira que siga os modelos da cultura pop japonesa ou da americana. É diferente, o que não quer dizer que eu ignore os quadrinhos brasileiros, o RPG brasileiro, etc... Mas são coisas mais de nichos do que de abrangência popular.
No meu campo de interesses, popular mesmo é Turma da Mônica e algumas animações brasileiras que têm ganho destaque na mídia e estão na TV.
Falando em HQ, nos anos 80 e 90, muitos quadrinhos brasileiros eram bem populares, como Chiclete com Banana, Piratas do Tietê e outros. E havia o rock brasileiro dos anos 80, que marcou demais a minha adolescência. Isso também é cultura pop brasileira. E é a parte que me interessa.

View more

Qual sua expectativa pro futuro da HQ nacional ?

Do ponto de vista comercial, ou como uma atividade profissional que permita a subsistência de quem faz, não tenho esperança alguma. O estúdio Mauricio de Sousa vai continuar com força e os autores que fazer HQ para o mercado exterior também irão continuar seu trabalho. Fora isso, uma iniciativa aqui e acolá pode até ser que decole, mas não a ponto de permitir a existência de um mercado de trabalho.
O último movimento da HQ nacional como mercado de trabalho mesmo foi entre o final dos anos 1980 e começo dos 90. Felizmente, peguei um pouco dessa época.
Hoje, o quadrinho nacional (fora da MSP e da produção para o exterior) se concentra em produções independentes, álbuns bancados por financiamento coletivo, webcomics em busca de patrocínio, alguns projetos autorais aqui e ali. Isso não é mercado de trabalho. Por isso, quando dizem que o quadrinho nacional vai bem, estão falando da qualidade e do espaço de publicação, não de ganhos para o autor. Aliás, é só no Brasil que se diz que um determinado mercado (o de quadrinhos) vai bem sem que os autores que fazem estejam ganhando bem...
O quadrinho nacional, em busca de nichos e visões muito autorais, perdeu muito de sua vocação popular. Ganhou muito do ponto de vista artístico e isso é inegável, mas não se encontrou comercialmente.
Já o mercado de animação brasileira, seja independente ou em co-produções com o exterior, despertou com força e ganhou popularidade. É por isso que hoje temos animações brasileiras na TV, como "Peixonauta", "Meu AmigãoZão", "O Show da Luna", "Tromba Trem", "Escola pra Cachorro" e outros. Mas falta alguma coisa mais de aventura. Por isso, torço pelo sucesso do projeto "Megasônicos", que eu divulguei no Sushi POP.
http://nagado.blogspot.com.br/2016/11/megasonicos.html

View more

Qual a melhor idade para aprender a desenhar?

Estudar desenho implica em racionalizar o processo do desenho, aprender a observar proporções, detalhes, perspectivas... Por mais superficial que seja, é difícil ensinar uma criança normas de desenho sem podar a criatividade natural. A tendência é que a criança comece a achar o desenho algo chato.
Por isso, costumo recomendar que se espere até a criança ter pelo menos 10 anos, para começar a ter noções de construção de desenho.
Meu falecido mestre, o Ismael dos Santos, era um mestre em ensinar desenho para crianças de qualquer idade. Ele lidava com percepção de formas e era sensacional para estimular a criatividade e observação das crianças, sem fazer ficar copiando folhas prontas, que é o que muitos cursos picaretas fazem.
Por isso, acho mais seguro em geral esperar a criança ter um pouco mais de maturidade (10 a 12 anos) para começar a estudar regras. Até lá, nada como deixar a imaginação fluir sem restrições.

View more

O segredo do sucesso de Kamen Rider Den-O é o Momotaros?

Não sei dizer. Kamen Rider Den-O é uma série que ainda vou assistir um dia, ou pelo menos algum dos especiais. A popularidade enorme dele realmente me intriga e alguns amigos já me disseram que é muito legal. Uma hora, descobrirei.

Next

Language: English